No histórico Mercado São José, no bairro de Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, inaugurou o Castelhanos — primeiro restaurante dedicado inteiramente a frutos do mar do novo complexo gastronômico. A casa traz para a capital fluminense a tradição caiçara da Ilha Grande, com peixes, crustáceos e mariscos frescos, trabalhados em receitas que evocam a vida praiana e o sabor do litoral.
Idealizado pela família Benet Domingo, o projeto marca a expansão do grupo, já conhecido por endereços em Angra dos Reis e na Urca. O nome do restaurante remete à antiga fazenda marinha de vieiras da Ilha Grande — símbolo da pesca artesanal e da colheita consciente dos frutos do mar. A partir desse legado, o Castelhanos propõe uma gastronomia pautada pela rastreabilidade dos ingredientes e pelo respeito aos ciclos da pesca: cada peixe, camarão ou lula tem origem certificada, com prioridade para colheitas sustentáveis e sazonais.
Na cozinha comandada pelo chef da família, a proposta une a herança caiçara com influências mediterrâneas. O cardápio bilíngue (português e inglês) oferece desde ostras e ceviches a pratos mais elaborados como lula de arrastão, paellas e mariscadas. Durante o almoço, funciona o menu executivo batizado de “Marmita do Pescador”, servido de terça a domingo — uma atração prática, acessível e com sabor autêntico. A carta de bebidas privilegia vinhos brancos e espumantes de países latino-americanos, além de um coquetel autoral batizado de “Caipmel”, pensado para harmonizar com a leveza e o frescor dos pratos do mar.
O ambiente também remete às raízes litorâneas: madeira rústica refinada, cores inspiradas no oceano e decoração discreta — pensada para reforçar a experiência sensorial focada em sabor, conversa e convivência. Peculiar entre casas contemporâneas, o Castelhanos opta por não ter música ambiente, valorizando o ritmo natural do diálogo e do convívio ao redor da mesa.
A reabertura do Mercado São José, depois de anos fechado, trouxe ao bairro — e à cidade — uma aposta renovada em gastronomia, comércio local e convivência comunitária. O espaço agora reúne pequenos produtores, bares, cafés e restaurantes, em uma estrutura que combina memória histórica, revitalização urbana e oferta cultural e gastronômica. Nesse contexto, o Castelhanos representa uma ponte entre litoral e cidade, tradição e contemporaneidade, natureza e urbanidade.
Funcionando de terça a domingo, das 10h às 22h, o restaurante já figura como opção para cariocas e visitantes em busca de sabores autênticos, frescor e uma cozinha que respira mar. Mais do que um cardápio refinado, o Castelhanos traz uma proposta de pertencimento — à cultura caiçara, à pesca artesanal e ao convívio calmo e acolhedor que o mar sugere.
Em um momento de valorização da comida de raiz e de reconstrução de espaços urbanos como o Mercado São José, o Castelhanos destaca-se como convite à redescoberta: da Ilha Grande à mesa, do litoral ao asfalto, com sabor, identidade e respeito pela terra — e pelo mar.